quarta-feira, 27 de maio de 2009

Um dia dedicado à inteligência emocional

No último sábado, dia 23, tive o prazer de ministrar, mais uma vez, a disciplina de Inteligência Emocional, na pós-graduação, só que dessa vez, em Viçosa. Uma sala com 90 alunos, de diversas áreas, inclusive da saúde. Foi um dia ímpar. Microfone, datashow, e muita vontade de contribuir também.


No início estavam todos meio apreensivos, alguns nunca tinham ouvido falar de outra inteligência que não fosse a medida pelo QI (quociente de inteligência). E não é aquele do quem indica né.


Quatro horas de aula teórica, abrindo para discussão e debate. Depois fui procurar um lugar para almoçar. No Calçadão de Viçosa, encontrei um amigo, o Ricardo, que também é Alves, mas não é parente. Pedi uma dica de restaurante e ele, prontamente, me passou um de comida caseira. Gostei muito. Lá estava uma aluna da pós, de quem me aproximei para oferecer companhia.


É hora de voltar à sala de aula. - Professora, que horas pretende terminar? Temos ônibus para Silverânia, Ponte Nova e uma outra que nem me lembro o nome, mas nunca ouvi falar. - A senhora vai dar trabalho para nota hoje? Vou ter que sair cedo. -No dia 6 de junho vai ter quadrilha na escola, viu professora e não poderemos vir. Será dia letivo.


Mudam as turmas, porém, sempre as mesmas conversas, desde a época em que fomos estudantes, ou no período em que nossos pais foram. O maravilhoso é perceber que o tema Inteligência Emocional atrai a atenção de todos. Afinal, quem não quer aprender a lidar com os seus próprios sentimentos e com os dos outros? Apesar de ser um assunto mais discutido a partir da década de 90, já existem muitos estudos que comprovam ser a inteligência emocional indispensável para a convivência em sociedade. Que bom que pensem assim, porque é a mais pura verdade.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Posse da Academia Ubaense de Letras

Fiquei muito feliz por ser indicada pelo meu agora amigo e padrinho, Antonio Carlos Estevam, para a cadeira de número 10, da Academia Ubaense de Letras, cujo patrono foi o Major Lázaro Gomes. A posse aconteceu no dia 22 de maio, na Câmara Municipal. Nas fotos: Minha família, a escritora e amiga Cláudia Condé, a presidente do IMLOR, Elazir Alves Carrara e seu esposo e o coordenador de marketing da Fagoc, Leonardo Gomes; o presidente da Academia Manoel Brandão e o ator Mauro Mendonça que também foi empossado.







quinta-feira, 21 de maio de 2009

A menina Télica (conto)

Télica acordou agitada nesta manhã de outono. Seus cabelos desalinhados e a calça de moletom azul surrada que em nada combina com a blusa listrada cheia de furinhos, compõem o visual caquético daquela menina mal cuidada. Menina? Eu a chamei de menina, mas Télica já deve beirar seus 35 anos. É que sua aparência não ajuda muito. Há quem a dê quase 50 anos.


Acordou e foi direto pôr a água para esquentar no fogão à lenha: uma chaleira para tomar banho e outra para fazer café. Na Fazenda do Cristal, a luz elétrica não chegou para todos. Por incrível que pareça, o lampião ainda é a companhia nas noites frias.Antes mesmo de a água ferver, dona Almerinda gritava lá do quarto.


-Minha filha, onde está meu leite com rapadura?


-Calma mãezinha, já vou.


Largou o banho para depois, esquentou o leite, derreteu a rapadura e atendeu à mãe. Dona Almerinda já beirava os cem anos bem vividos. Sempre foi mulher ativa. Nunca estudou, mas o pouco que sabia, dividiu durante muitos anos com as crianças da roça. Ela era voluntária lá na sala da capelinha. Porém, depois que seu Paulo morreu, perdeu um pouco o gosto pela vida. Adoeceu, parou de andar e agora depende da ajuda de Télica.


Toma café e banho rapidamente. Calça as botas e vai para a lida. De lá sai às dez horas, corre em casa, esquenta o almoço, come e leva para a mãe. Volta para o batente e as quatro da tarde já esta em casa, exausta. Pensam que o serviço acabou? É hora de preparar a janta com o resto do almoço e deixar pronta a comida do dia seguinte. É assim todos os dias.


Quando chega o final de semana, a menina-jovem senhora acorda cedo e vai para a igreja orar. Quem sabe não arranja um casamento? Apesar da idade, ela não perde as esperanças.


Télica se apaixonou uma vez quando era bem nova. Tinha uns treze anos. O rapaz era bem mais velho. Já beirava os 26.Ele até que se interessou por ela também, mas um dia deu uma bobeira e uma mulher da cidade ficou grávida dele. Foi quando teve que se casar e se esquecer de Télica para sempre.


Daí para a frente, ela nunca mais se interessou por ninguém. Dedica sua vidinha ao trabalho, à mãe doente e às orações.


Mas mal sabe ela que existe alguém muito interessado pela pobre. Todos os domingos ela é observada por Clóvis, um senhor aposentado e viúvo, que ajuda na celebração. É um homem de respeito, porém Télica nem desconfia e ele não tem coragem de se declarar.


É provável que nunca a menina-mulher, maltratada pelo tempo, venha a saber. Também não sei se teria coragem de se casar e deixar a mãe sozinha. Ou mesmo se a levasse para morar junto dela, será que Clóvis aceitaria? Ele é praticamente da idade de dona Almerinda. Talvez. Só o tempo dirá. Prometo que, se souber, também conto a vocês.



Por Taís Alves, numa tarde fria de outono

domingo, 17 de maio de 2009

Em resposta à Manu

Querida blogueira Manu,

Que bom que visitou meu blog! Seja bem-vinda! Ando um pouco sem tempo para atualizá-lo, por isso só hoje vi seu comentário.


A propósito sobre sua dúvida de vir ou não para a Cidade Carinho, confesso que sou suspeita para falar. Sou apaixonada pela minha terra natal. Tive que sair durante muitos anos para estudar, mas assim terminei, pude retornar.


Você pensa em prestar vestibular na Universidade do Estado de Minas (UEMG)? Qual curso? Será muito bem recebida, tenho certeza.


Ubá é uma terra em crescimento. Há muitas empresas no setor moveleiro. A indústria têxtil está se desenvolvendo muito. O município está prestes a virar também uma cidade universitária. Estudantes de toda a região e também de municípios distantes vêm para Ubá a fim de buscar conhecimento.


Venha conhecer de perto nossa cidade. Há muitos problemas, mas também há um povo pronto a ajudar.



Um grande abraço


Taís Alves