domingo, 24 de abril de 2011

"Rio" by gringos

Estava empolgada para assistir ao filme "Rio", desenho em 3D que retrata a Cidade Maravilhosa. Aproveitei o feriado para fazer isso, mas confesso que não me surpreendeu.


A obra passa a imagem de um Rio de Janeiro clichê para gringos: imagens maravilhosas, ladrões, favelas com o brasileiro querendo se dar bem sempre. Mentira? Não, mas não existem só mulatas, Carnaval, gente roubando e coisas ruins no país.


No filme, até os animais são competitivos e têm maus hábitos. Os macacos assaltam. Uma criança ajuda nos crimes, mesmo que depois se arrependa.


Um amigo mais atento já me alertou para vários outras questões de pesquisa e continuidade que, por não ser crítica de cinema, não me sinto à vontade para relatar.


Mas valeu pela diversão. A obra é divertida, leve, apresenta belas imagens de Santa Tereza, do Bondinho, Cristo Redentor, dentre outras. Imagens de um Rio Maravilhoso e que valem sempre à pena serem revistas.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Escrever é um ato que se aprende?"

Em minhas aulas de Redação em Jornalismo sempre debatemos a necessidade de leitura e reflexão sobre a realidade brasileira e mundial, principalmente para estudantes e profissionais da comunicação.


Refletimos também sobre os motivos pelos quais nem sempre os brasileiros encontram facilidade para falar e escrever corretamente. Falta de base nas primeiras séries escolares? Empenho em buscar leituras e se aperfeiçoar? Ou tudo isso, aliado a um sistema educacional em que a reprovação das crianças nos anos iniciais é pequena ou não existe?

Após lermos uma crônica sobre a importância do ato de se ler e escrever bem, publicada na revista Veja, solicitei aos estudantes que colocassem no papel: "Escrever bem é algo que se aprende?"


As respostas orais já me adiantaram um pouco sobre o que escreveram. Foi um bate-papo interessante. Eles me sinalizaram para algumas questões complexas que nos chamaram a atenção. As dificuldades vêm desde a infância e continuam na fase adulta.

O ensino superior se depara com jovens afoitos pelo saber, mas que reconhecem as dificuldades na hora de transmitirem o que pensam.


Lembrei-me de uma frase do escritor Antonio Calado: "Escrever dói". Sim, dói mesmo, porque trata-se de um processo que vai se aprimorando ao longo da vida. Não digo que seja simples. Pelo contrário, cada dia aprendemos algo novo. A lingua portuguesa é muito complexa. Mas é possível torná-la mais acessível com bastante leitura. Quem não lê, não escreve. Mesmo que seja bula de remédio, como eu costumo dizer.

Irracional...massacre em escola do Rio de Janeiro

Na minha época de estudante os dois lugares mais seguros que a gente tinha para ficar eram a nossa casa e a escola. Os pais tinham orgulho de dizer que seus filhos estavam tranquilos, aprendendo a ser alguém na vida.


Loucura? Sentimento de revolta para com alguém da escola? Influência de outros casos semelhantes ocorridos recentemente nos Estados Unidos? Não dá pra saber os motivos que levaram o jovem de 23 anos a matar 10 crianças numa fúria inexplicável. Aliás, o que menos importa agora é tentar explicar o ocorrido.


Ouvir das autoridades que o fato é isolado e que é único em escolas brasileiras também não. Tentar justificar a falta de segurança das escolas com a afirmação de que isso não podia ser esperado... também não. Outros casos de violência em escolas brasileiras acontecem todos os dias. Professores "apanham" de alunos e ex-alunos. Diretoras são apedrejadas.


A verdade é muito mais complexa do que dizer que se trata de um fato isolado. Cada vez mais nos damos conta de que estamos completamente vulneráveis. Temos a sensação de que a qualquer momento algo de muito ruim pode acontecer. E, infelizmente, acontece.


A impressão que tenho é que as pessoas andam furiosas demais. E contra todos e contra tudo. "Brincam" de matar. A violência a qualquer preço e às vezes até por nada mesmo, ou pelo simples fato de praticá-la, nos causa pânico. E ela está cada vez mais próxima. A identificação é imediata. A ideia é que as regras da boa convivência podem a qualquer momento ser quebradas. Cada um por si e Deus por todos.

Pessoas insanas, situações inacreditáveis nas escolas, no trânsito, nos ambientes de trabalho...Dá pra respirar antes? Contar pelo menos até três?