Tive pouco tempo de convivência com o advogado e poeta, Dr. Manoel Brandão Teixeira. Eu o conheci durante alguns meses antes da minha posse na Aule, em maio do ano passado. Porém, foram muitos os momentos marcantes.
Na primeira reunião, quando fui convidada a assinar o primeiro termo, me comprometendo a participar da Academia, tive a certeza de tudo aquilo que já haviam me falado: seu Manoel era uma pessoa muito íntegra e que sabia reconhecer o valor de cada ser humano. Neste encontro com os demais neo-acadêmicos, ele nos deixou claro a necessidade do envolvimento de cada um de nós nos projetos da Aule. Em sua fala, percebíamos o entusiasmo daquele "menino-senhor" em levar adiante a cultura ubaense.
No dia da minha posse, ele me surpreendeu novamente com elogios e incentivo para que continue escrevendo e utilize os dons que Deus me presenteou em prol dos ideiais da Aule.
Os meses foram passando e tivemos a oportunidade de nos encontrar em vários outros eventos culturais do município. E naqueles em que não pude estar presente, por estar em sala de aula à noite, ou por outros compromissos, sempre ouvia depois o puxão de orelhas do senhor Manoel.
Ele era um defensor atento do Patrimônio Cultural do município. Não faltava a uma reunião do Conselho. Nem quando a saúde não ajudava como certa vez, quando ele ainda sofria dores em todo o corpo, em função de uma queda proveniente de um assalto sofrido em Ubá.
Uma das últimas vezes que tivemos a oportunidade de conversar foi durante a reunião de final de ano da Academia Ubaense de Letras. Ele estava muito empolgado com a publicação do livro com as obras dos acadêmicos e novamente me incentivou, dizendo que eu não poderia ficar de fora daquela publicação. E assim o fiz.Um pedido do senhor Manoel era uma ordem para todos nós acadêmicos.
Nesta segunda, dia 22 de março, fui surpreendida com a notícia de seu passamento. O seu fiel escudeiro, o secretário da Aule, Antonio Carlos Estevam, se imcubiu de nos avisar.
Menos de um ano de convivência, mas aprendi muito com ele. E queria aprender mais. Fica o compromisso de ler suas obras, seus poemas maravilhosos que nos emocionam. E a certeza de que as atividades da Academia Ubaense de Letras precisam continuar.